quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Exaustiva repetição da tentativa da leveza do ser (78)

Todos os actos têm uma consequência. Todos. Podemos pegar na experiência da ciência, coloca-la ao nosso colo e comprovar cada questão. Se aproximar uma chama da minha mão, é certo que me vou queimar, pois alguém se queimou primeiro que eu, muitos se queimaram, e em termos físicos dos corpos, chegou-se à conclusão. A chama aproxima-se, eu queimo-me, cria-se uma queimadura que acabará por arder. Todos os actos têm uma consequência. Podemos divagar e colocar em causa a teoria do bater de asas da borboleta, apesar de ainda só sonharmos com a possibilidade de viajar no tempo. Muitos de nós, em termos menos práticos, pensamos ainda que existe Inferno e Céu, a consequência para os nossos actos e vidas presentes, sejam eles julgados (correcta ou incorrectamente) pelo o Homem.
Poderemos então definir um Homem pelo que diz? Ou apenas pelos seus actos? E se a sua capacidade de mudar o mundo, de mudar quem o ouve, baseia-se na forma inspiradora como fala? Estarão os actos mais próximos da verdade sentida pela sua proximidade com a alteração visível e palpável na realidade? Tomara ter as respostas. Tomara ter menos perguntas. Tenho ideias vãs, que tento pensar, coleccionar, encaixar, separar...Para quê? Não sei ainda. Sei que na minha vida me sinto útil questionando o que me rodeia, desde o Homem, ao Homem próximo, às religiões, a Deus. Sinto saudades de algo que nunca fui, e de poder ter vivido na Grécia antiga, onde passearia nas praças filosofando, alimentando-me apenas para viver, vivendo para amar o próximo e questionar tudo. Sem medo de actuar, sem medo de pensar mais alto. Sem medo de ter pessoas que pensassem comigo, e que juntos, tentássemos, não sei, evoluir. Sinto que quando tento pensar de facto, escrevendo, de certa forma saio do meu lugar, e por momentos, nem que seja pelo simples facto de querer subir, elevo-me um pouco. Será ilusão? Talvez.
A leveza do ser é tão pesada. Como pode o ódio e o amor ser pesado ou tão leve?
Seria uma lavagem da alma, diária, reflectida. Mas por vezes, tudo o que nos apetece é puxar o autoclismo e ver uma espiral desaparecer, dando lugar a uma calma usual...

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