sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Face me (73)

Sussurraram...falaram. Não chegou. Gritaram-me aos ouvidos! Gritaram sem parar! Veio uma melodia forte para me completar os dias. São dias que passam sem lugar na minha história. Gritos, verdades ditas, verdades explicitas, palavras malditas que me atordoam os sentidos, que me revoltam. Viveste um sonho? Sonhaste-o. A maioria das pessoas acorda-se, sorri do sonho que teve. A maioria sorri do sonho que teve e vive o dia como se nunca o tivesse tido, tenta-o esquecer. Mas tu foste diferente, dizem em voz alta como se o mundo não aguentasse vivo muito mais tempo, tu acordaste com uma só vontade, concretizar o sonho da noite passada! Chove intensamente na rua, e o temporal aproxima-se aos poucos. São carros que parecem pairar no ar, e árvores que querem fugir do chão. As pessoas nunca pareceram tão frágeis...seremos feitos de papel? Somos feitos do quê afinal? Músculo, carne, tecidos sobrepostos, orgãos...? Encaraste o sonho da mesma forma que um recém nascido encara a vida. Com um sorriso de quem não sabe o que verdadeiramente o espera. Ingenuidade? Eu chamo-lhe fraqueza. Realidade? Eu chamo-lhe cobardia.
Continua a gritar até ficares com a voz rouca. Até que este fim do mundo deixe o planeta despido, sem roupa, com toda a culpa aplicada no ser humano. Chegará o dia que cantam; chegará a atitude prática dos gritos que proclamam. Fui longe de mais. O meu erro? Não ter ido mais longe ainda...Que vos sirva de lição; que vos sirva de entretenimento.

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