terça-feira, 19 de outubro de 2010

Run sheep Run (65)

Ontem vivi no vosso mundo, e vive a vossa rotina. Às treze e dezanove corri, e corri ainda mais, saltei, e corri, para apanhar o barco...Depois, às dezoito horas e trinta minutos, corri, saltei e corri ainda mais, sendo quase esmagado pelo fechar de duas portas de aço (revestidas com borracha) para apanhar o metro...Depois, às vinte e uma e trinta e pouco corri, corri muito, que nem um louco, para apanhar o autocarro. Tudo no mesmo dia. No que me estou a tornar? Fui mais um no centro do rebanho. Não gostei da sensação. Não gostei de ser igual a vós, de fazer parte da vossa espécie. Dei-me repulsa. Tanto correm todos vós...seria uma piada de mau gosto dizer que não precisam de correr para a morte? Que ela, talvez, já esteja à vossa espera? Julgo que não. Corri. Corri muito. Sempre ser pelo prazer de correr. A sofrer nas minhas calças de ganga pretas, com alguma roupa excessiva dado o frio...O mp3 a saltar dentro do bolso, o passe quase a fugir...
Tanta correria. O mais triste é que todos corremos para metas comuns, colocadas na nossa mente por patrões ou patroas similares...Mas talvez o dinheiro seja o verdadeiro líder. Who cares? Onde vamos parar?
Eu sei. A uma vida sem recheio, a um vazio certo...acabaremos por nos tornar escravos de algo que nem sequer gostamos...e para quê? Digam-me vocês. As pessoas pensam que ter vida é viver à pressa, consoante tarefas por nós aceites (muitas vezes sem nosso consentimento)...Esta máquina mundial está em sintonia apenas em maus aspectos. Louvado seja o monstro que há em mim, se e só se, se e só se ... se e só se...
Enquanto correm: eu estive aqui a observar. Boa viagem para algo parecido, nem que muito ao de leve, nem que muito exagerado, para a vossa mini auto-destruição. (Todos vamos morrer um dia não é? Talvez o erro seja meu.)

Sem comentários:

Enviar um comentário