quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Sessenta e oito

(Se me pedissem que me definisse numa só palavra confesso que hesitava entre parvo e estúpido. Apenas pela simples razão, de como a maioria, confundir as duas palavras. Não é uma coisa boa nem má, apesar de a encontrar como essência da minha autenticidade. Para o bem ou para o mal, sou assim, e de certa forma, neste sentido, não espero mudar. Pois é o que sou, e o meu melhor eu dá-se a mostrar nessa mesma forma. Digo isto, porque muitas vezes é agir de forma parva e\ou estúpida que me leva a compreender o erro que estou a cometer, como foi agora o caso. Revolta-me um pouco ver pessoas a não ultrapassar barreiras, sejam lá elas díficeis ou não. Revolta-me ainda mais ver pessoas que criam as próprias barreiras...Isolando ou mesmo matando a sua liberdade. A minha raiva maior é ver-me a cometer esse erro. Eu escrevo o que quero, e da forma que quero. E quando escrevemos...(como deveria ser na nossa vida toda, que o é, apesar de ignorado) temos a liberdade de criar o que queremos. Para quê cingir-me às regras a que me imponho só por cingir-me? Porque não utilizar o poder que tenho, (que todos temos), e fazer aquilo que me vai na alma? Quando daí só advém algo melhor? Por estupidez. Pois hoje não serei estúpido, e à minha maneira, matarei saudades, da forma que posso. Sairei feliz? Não interessa. Ao menos tentei.)

Foi com um misto de alegria e tédio que atravessei o rio Tejo. Já era de noite, e a maioria dos portugueses já tinha jantado, e estava agora em frente à televisão vendo Portugal jogar. Aconteceu algo quase tocante: perguntei ao meu irmão como estava o resultado. A partir desse momento tive direito a uma descrição curta mas eficaz do jogo, dos golos, da forma de jogar de ambas as equipas. Foi um momento, de forma muito peculiar, feliz. O interesse pela selecção morreu há muito tempo. Sigo o futebol que dá pelo prazer de ver bons jogos a nível europeu e mundial assim como de seguir a equipa do meu coração, esse dito glorioso, o Benfica. No entanto, algo mudou com a entrada do Paulo Bento. Sempre o respeitei como treinador. Alguns acharam que era um salto demasiado grande coloca-lo à frente da selecção. Até agora tudo indica o contrário. E apesar de ainda não vibrar com a selecção da mesma forma como vibro com o Benfica, a Alemanha, Brasil, Holanda, (a Itália dos bons velhos tempos ou mesmo a Inglaterra), a verdade é que está a renascer em mim um português.
E é isto. Foi bom estar de volta...ao meu ambiente. Porque há coisas que nunca mudam.

1 comentário:

  1. E ainda bem que há coisas que nunca mudam. Para que o rumo se distinga sempre... Para que saibamos sempre quem somos e para onde podemos voltar :)

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